SECTOR DA CONSTRUÇÃO E DO IMOBILIÁRIO NÃO PODE CONTINUAR À DERIVA

SEM PERSPECTIVAS DE FUTURO A SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS E A MANUTENÇÃO DO EMPREGO ESTÃO EM RISCO

Considerando que esta é a maior crise alguma vez vivida na Construção e no Imobiliário, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário – CPCI, considera incompreensível que, num momento em que se aproxima o início do último trimestre do ano, o Sector continue numa total indefinição, situação que põe em causa a sobrevivência das empresas e a manutenção do emprego que estas asseguram.

Referindo-se ao desaparecimento de 5.985 empresas de construção desde 2007, 582 das quais só nos primeiros sete meses de 2011, a CPCI, adverte que, como consequência, a perda de emprego no Sector, entre o inicio de 2002 e o fim de 2011, já atingiu os 201 mil trabalhadores, aos quais há que somar mais 24 mil efectivos, perdidos até ao final do segundo trimestre do corrente ano.

A Confederação exige, por isso, soluções urgentes para as actividades que representa, considerando que à semelhança do que sucede em Espanha, cujo Executivo aprovou na passada semana medidas que têm por objectivo reavivar o Sector – como é o caso da redução da taxa do IVA na compra de casas novas – também o Governo português terá que se comprometer com o futuro das empresas e dos seus trabalhadores.

Na certeza de que Portugal só poderá vencer o desafio do crescimento e do emprego se não ignorar um sector que é responsável por 18,6% do PIB e por 60,6% do investimento nacional, representa 15,7% do volume de negócios no exterior e 20% do tecido empresarial (220 mil empresas), assegura 16% do emprego, isto é, cerca de 800 mil postos de trabalho, a CPCI acrescenta que para estimular a economia e criar emprego, os dois principais desafios que o País tem pela frente, é indispensável promover os necessários reajustamentos nas regras de acesso aos fundos do QREN, cujo montante por executar, neste momento, totaliza cerca de 15 mil milhões de Euros. Assim, aponta o reajustamento do Programa, o aumento da taxa de co-financiamento comunitário e o adiantamento dos fundos atribuídos ao nosso País como medidas prioritárias no actual contexto.

A Confederação considera, ainda, ser essencial a rápida concretização das medidas destinadas a relançar o mercado da reabilitação urbana e do arrendamento, as quais reúnem, como poucas, um consenso alargado na sociedade, constando, ainda, do Memorando de Entendimento assinado com a Troika.

Concluindo que a actual situação é insustentável para o País e para o Sector, a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, salienta que as empresas não podem continuar à deriva, a ser confrontadas com a total falta de planeamento e a ser surpreendidas com decisões avulsas, que as mantêm num estado de quase paralisação.