Jornal de Noticias – 30 de Maio

A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário defende a aposta na reabilitação urbana e a readaptação das verbas do QREN para evitar que o sector perca 140 mil trabalhadores.

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A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário defende a aposta na reabilitação urbana e a readaptação das verbas do QREN para evitar que o sector perca 140 mil trabalhadores.

O presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), Reis Campos, disse à Lusa que “a reabilitação urbana tem de ser definida como uma efectiva prioridade” para contrariar a crise que o sector atravessa e defendeu a readaptação das verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
“Há 15 mil milhões de euros, cerca de 30% das verbas do QREN, que podiam ser readaptadas e utilizados na dinamização do investimento público”, defendeu.

Se estas duas medidas não forem concretizadas, “o sector pode ter em risco 140 mil postos de trabalho, que acrescem aos 210 mil perdidos desde 2002”, alertou Reis Campos.

O sector da construção emprega 820 mil trabalhadores em Portugal, segundo o presidente da CPCI, que referiu que com o “corte” da quarta fase do programa de reabilitação das escolas Parque Escolar e o congelamento dos investimentos públicos, o sector da construção enfrenta uma grave crise.

Em Outubro de 2010, a CPCI apresentou um conjunto de medidas para dinamizar o mercado da reabilitação urbana que, caso fossem postas em prática, permitiriam criar 110 mil postos de trabalho.

Segundo a CPCI, dos 5,7 milhões de fogos existentes em Portugal, “cerca de 34 por cento, ou seja, quase dois milhões, necessitam de intervenção.

Em Portugal, “o peso da reabilitação situa-se em torno dos 6,5 por cento do total da produção do sector da construção e equivale a pouco mais de um sexto do que se produz em termos de habitação”, de acordo com a confederação.

No último Conselho de Ministros antes de o Governo se demitir, foram aprovados diplomas para reformar os mercados de reabilitação urbana e de arrendamento, avançando com um fundo de 1.700 milhões de euros e um conjunto de medidas que deveriam estar em prática até Junho.

Mais de duas construtoras entraram em insolvência por dia nos últimos 15 meses, segundo cálculos da Lusa feitos a partir de dados da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS).