CONFEDERAÇÕES PATRONAIS CONDENAM INVASÃO E DISPONIBILIZAM-SE PARA COOPERAR COM IEFP

 

CNCP – Conselho Nacional das Confederações Patronaisplataforma que reúne a CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, a CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, a CCP – Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, e a CTP – Confederação do Turismo de Portugal emitiu um Comunicado, que transcrevemos infra, a expressar a condenação da invasão da Ucrânia pela Rússia, disponibilizando-se para cooperar com IEFP:

“O CNCP associa-se à condenação veemente da invasão da Ucrânia pela Rússia, já expressa pela comunidade empresarial europeia através das suas principais organizações representativas, e reitera a sua solidariedade para com a Ucrânia e o seu povo. É com grande preocupação que o CNCP acompanha a situação causada por esta agressão, em primeiro lugar pela tragédia humana que representa e também pelas suas consequências para a estabilidade europeia e para a sua economia.

O CNCP está consciente do inevitável impacto económico que este conflito terá em Portugal, exacerbado pelas fortes dependências europeias, sobretudo no domínio energético, mas também alimentar, agravado ainda pela dramática situação de seca que assola o País. O impacto desta guerra nas empresas e na economia portuguesas será direto, sobretudo pelo aumento dos custos energéticos e de produtos agrícolas, que se repercutirá na inflação. Será também indireto, uma vez que toda a economia europeia será afetada.

Lamentavelmente, a Europa não se precaveu das suas dependências excessivas de fontes de aprovisionamento externas concentradas em determinados mercados. Não será no curto prazo que poderão ser supridas lacunas que temos denunciado, como a insuficiência de interligações entre as redes europeias de eletricidade e de gás natural, nomeadamente entre França e a Península Ibérica. Apelamos, agora, para que a União Europeia desenvolva, em comum, esforços para garantir fontes alternativas de abastecimento de energia, bem como de matérias-primas e componentes críticos.

Um ataque injustificado a um estado soberano deve ser enfrentado pela comunidade internacional com uma resposta firme e robusta. O CNCP entende, por isso, a aplicação de sanções económicas à Rússia, as quais deverão claras e coordenadas internacionalmente. Deverão ser direcionadas de modo a atingir severamente os responsáveis pela agressão e os seus cúmplices, penalizando no menor grau possível a economia europeia e mundial.

Neste contexto, o Orçamento de Estado para 2022 terá que refletir desde já, nomeadamente na área fiscal, os ajustamentos necessários para responder à subida dos preços da matérias-primas, ao aumento dos custos de energia, em particular dos combustíveis, e à inflação.

As empresas serão afetadas por toda esta situação, incluindo as que negociam e operam na Rússia e na Ucrânia, sendo justificadas, em particular, medidas de apoio para mitigar o impacto para estes operadores económicos. O CNCP recomenda, ainda, a todas as empresas e instituições um esforço acrescido em matéria de cibersegurança, num momento em que os riscos neste domínio são elevados.

O mais importante é que tudo seja feito para salvar vidas. O CNCP apela aos líderes políticos mundiais para que insistam na procura urgente de uma solução diplomática que trave este conflito, preservando a paz, a estabilidade e a prosperidade na Europa.

Consciente da grave crise humanitária que este conflito também produzirá, o CNCP reitera a sua total disponibilidade, em articulação com o IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional), para a integração profissional dos refugiados que Portugal possa acolher nos próximos meses.”