84 Mil Postos de Trabalho Destruídos em 12 meses são da Construção e Imobiliário

No seu conjunto, a economia perdeu 103 mil empregos

Os números do desemprego no setor, ontem divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), para o terceiro trimestre de 2013, reforçam a necessidade e urgência da implementação das medidas consagradas no “Compromisso para a Competitividade Sustentável do Setor da Construção e do Imobiliário” assinado com o Governo e recentemente reafirmado pelo atual Ministro da Economia, alerta a CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário.

Tendo por referência os últimos doze meses, a Confederação constata que o comportamento do emprego só poderá evoluir favoravelmente com uma atuação forte e determinada, sobre um setor que, à semelhança do que sucede em todas as economias europeias, é essencial para garantir o crescimento económico e a coesão social.

Uma redução total, nos últimos doze meses, de 103 mil empregos, dos quais 84 mil são oriundos das atividades da construção e do imobiliário, evidencia a necessidade de uma aposta centrada em políticas ativas de incentivo ao investimento e ao emprego, com um papel preponderante da Construção e Imobiliário.

Desta forma, a CPCI refere que se eleva para 435 mil a perda total de emprego na Construção e Imobiliário, desde 2002, ano em que se iniciou a mais longa e prolongada crise do setor, reforçando-se os pressupostos que presidiram à formalização, em março passado, do “Compromisso para a Competitividade Sustentável do Setor da Construção e do Imobiliário” assinado com o Governo.

A Confederação considera que o próprio Executivo, ao reiterar as metas de concretização até ao final do ano, das soluções previstas no “Compromisso para a Competitividade Sustentável do Setor da Construção e do Imobiliário”, tem seguramente consciência da necessidade de inverter um cenário em que, em termos líquidos, o setor é afetado com a destruição de oito em cada 10 empregos nacionais, situação que é incompatível com o cenário de retoma que se pretende ver materializado nos próximos meses.

O peso do défice de investimento público e privado em Portugal, traduz-se num incomportável fardo para o País, com implicações em termos de sustentabilidade futura, mas também na fatura com encargos sociais. Comparando o terceiro trimestre do ano, com o anterior, e não obstante o aumento da população total empregada e a consequente melhoria da taxa de desemprego, as condições do mercado de trabalho no setor deterioraram-se, assistindo-se a uma perda de 22.245 empregos nos últimos noventa dias, o que traduz uma média diária de 247 postos de trabalho destruídos.